Como é o parto na Alemanha
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Como é o parto na Alemanha

Larissa Larissa da Costa
5 de agosto de 2017

A pergunta que muitas brasileiras se fazem quando pensam em engravidar (ou estão gravidas) na Alemanha (ou Europa em geral) é: existe o parto programado? Não, ele não existe. Essa prática comum no Brasil de marcar uma data com muita antecedência para o filho nascer, independente de contrações é imaginável e completamente banida na Europa.

Na Alemanha os partos são normais, ou naturais, respeitando as condições de saúde da mãe e do bebe. Se houver risco de saúde para um dos dois, aí sim haverá uma intervenção cirúrgica. Mas se a gestante e o bebe estão bem e saudáveis, é normal a gestante entrar até a 42a semana de gravidez.

Ao entrar na 41a semana é realizado, no consultório médico ou no hospital, o acompanhamento dos batimentos cardíacos do bebe a cada dois dias. Em caso de distúrbio, a gestante será encaminhada ao hospital escolhido para dar à luz, para ser monitorada. Se, na 42 semana, ainda não houver sinais de contrações e sinais de risco para a mãe e o bebe, o parto será induzido e as parteiras farão de tudo para evitar a cesariana. Esse processo pode ser bem longo e doloroso, mas é o procedimento normal.

Nos hospitais e clinicas de maternidade há vários métodos para aliviar a dor das contrações durante o trabalho de parto. Ela vai desde métodos naturais como banheira, óleos, massagens, acupuntura ou anestesia peridural, a PDA. Se você já tem a ideia de querer optar pela anestesia peridural, você deverá, já antes do parto, ir ao hospital escolhido para dar à luz, preencher toda a papelada e falar com o anestesista para que ele esclareça os riscos de uma intervenção. Se isso não for feito com antecedência, terá dificuldade em convencer os médicos durante o trabalho de parto, a lhe aplicarem uma anestesia. Pode ser que você não precise da anestesia, que o parto seja rápido e descomplicado, mas caso decida ao contrário na hora, é bom ter a papelada assinada. Eu tive meus dois filhos de parto normal e nos dois partos pedi a anestesia, o que foi uma maravilha, pois não senti as contrações mais fortes, mas mesmo assim pude dar à luz de forma natural.

Há uma ínfima possibilidade de você convencer o seu obstetra a dar um atestado para o hospital, indicando que você optou pela cesariana, independentemente da sua condição de saúde e do bebe. Eu sei de dois casos, essas mulheres tiveram que convencer os seus obstetras que, por motivos psicológicos, não poderiam dar à luz de forma natural (geralmente os médicos convencem a gestante do contrário). Os médicos escreveram um atestado, que foi entregue ao hospital escolhido por elas, e elas, depois de entrar em trabalho de parto, tiveram seus bebes por cesariana. Mas isso foram duas exceções excepcionalíssimas à regra e elas tiveram muita sorte de a equipe do hospital aceitar o atestado do médico obstetra, pois quem atende a gestante durante o parto não é (necessariamente) o obstetra que a acompanha durante a gestação, e sim a equipe de parteiras e médicos de plantão.

Eu, particularmente, sou totalmente a favor do parto normal, desde que não haja sofrimento desnecessário para a mulher. Sei de relatos de muitas amigas que tiveram um trabalho de parto difícil por indução, com horas de espera e dor, para no final, depois de muitas tentativas, os médicos decidirem pela cesárea.

Seja como for, o atendimento médico para gestantes e bebes na Alemanha é totalmente seguro e confiável, os profissionais são capacitados e o acompanhamento durante e depois da gravidez pelas parteiras são muito bons.

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Larissa da Costa
Larissa da Costa
Autor
Vim para a Alemanha em 2002 aventurar-me em terras desconhecidas e a maior delas tornou-se a maternidade, quando, em 2010 virei mãe de um menino e em 2013 de uma menina. Mantenho um blog próprio chamado brasanha.de aonde narro minhas experiências aqui na Alemanha.

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